Os Bitcoins possuem um limite, desde a sua criação em meados de 2009. Seu criador estabeleceu o limite como 21 milhões de criptomoedas disponíveis, de acordo com o software. Mas qual é o motivo dessa limitação se o mercado só cresce cada dia mais a favor dos investimentos na criptomoeda?

Para responder essa pergunta nós precisamos entender a funcionalidade do sistema interno dos Bitcoins e seus algoritmos.

Como mencionei no texto sobre o que é o Bitcoin a moeda digital não é emitida por um banco central como as cédulas conhecidas de cada país, mas sim mineradas por um software descentralizado que permite o resgate, a cada 10 minutos, de uma recompensa no bloco de Bitcoins para quem resolver primeiro uma série de operações de criptografia, que exige uma enorme capacidade de processamento.

Os Bitcoins gerados, a princípio, estavam divididos em 50 por cada bloco, mas desde 2012 o número de Bitcoins é reduzido pela metade em cada bloco a cada 4 anos. Esse sistema é chamado de halving, é quando a mineração da moeda digital é deliberadamente reduzida pelo seu próprio programa. Hoje cada bloco contém 12,5 Bitcoins, sendo em média 144 blocos extraídos por dia. O que dá 1800 novos Bitcoins em média minerados por dia. O número de Bitcoins atualmente está na casa dos 18,993,662.5 precisamente.

O limite da moeda tem um lado positivo, a inflação é controlada, pois não há como criar Bitcoins indefinidamente digitando números no computador como acontece com reais ou dólares, por exemplo. Os governos podem criar valores aumentando a inflação, como já aconteceu em muitos países, o que leva a quebra da economia. O Bitcoin não tem esse problema, pois se trata de um sistema de algoritmos, matematicamente definidos e controlados pelo próprio sistema de criação.

Bom…, mas pensando de forma prática, 21 milhões de Bitcoin não é pouco comparado em moedas como o real e o dólar?

A questão está nessa problemática, não tem como comparar, pois, haverá muito mais do que 21 milhões de dólares circulando por aí. A grande diferença está no fracionamento dos Bitcoins. A maioria das moedas nacionais é divisível por cem — menor fração de um real é um centavo, por exemplo. Cada Bitcoin, por outro lado, pode ser dividido por cem milhões ou em até 8 casas decimais. A menor fração do Bitcoin é chamada de Satoshi, em referência ao pseudônimo do criador da moeda, e vale 0,00000001 BTC. Seguindo essa linha, podemos entender que os 21 milhões de Bitcoins do limite total poderão ser divididos entre muitas pessoas e empresas ao redor do mundo – ainda que muitos tenham apenas alguns satoshis. Ainda que a cotação de 1 Bitcoin chegue a 1 milhão de dólares, as pessoas ainda poderão ter 1 satoshi. Portanto será possível comprar pequenas frações do Bitcoin.

Precisamos considerar também o que faz a moeda valorizar e crescer tanto em estimativa nos últimos anos. Historicamente a criptomoeda se comporta através de ciclos de valorização e desvalorização, porém quando chega perto da sua escassez, a demanda do ativo e a sua oferta atual comandam essa dinâmica. Outro fato importante a se analisar e levar em consideração, é a procura da criptomoeda por grandes investidores de nome como Tesla, isso chama a atenção de outras empresas, o que faz a demanda subir.

A facilidade em investir em criptomoedas e gerenciar os ativos também é um atrativo para investidores, pois não precisam lidar, por exemplo, com as ações da bolsa de valores, que pode ser muito mais burocrático e ter taxas maiores do que a criptomoeda. Por fim, há também o montante que circula hoje e que não é compatível com o total de moedas existentes, pois existe uma parcela de Bitcoins que está perdida, pois se alguém perde sua chave privada de uma carteira, nunca ninguém vai conseguir recuperar isso. As criptomoedas perdidas também afetam a oferta do ativo.

O que acontecerá então quando todas as criptomoedas forem mineradas?

Quando todos os 21 milhões de Bitcoins forem minerados, não haverá uma recompensa em bloco para pagar aos mineradores, como era feito até agora.

Quando um usuário do Bitcoin envia uma transação em BTC, uma pequena taxa é incluída. Essas taxas vão para os mineradores e é isso que será usado para pagar os mineradores em vez da recompensa em bloco.

O que acontecerá com os mineradores?

Depois que todos os 21 milhões de Bitcoin forem extraídos, os mineradores ainda terão um papel essencial.

Além das recompensas por bloco, os mineradores de Bitcoin também recebem todas as taxas gastas nas transações incluídas em cada bloco recém-descoberto. Atualmente, as taxas de transação compõem uma pequena quantia da receita de um minerador, uma vez que atualmente as mineradoras mineram cerca de 900 BTC (~ R$ 45 milhões) por dia, mas ganham entre 30 e 50 BTC (R$ 1,5 milhão a R$ 2,5 milhões) em taxas de transação por dia. Isso significa que as taxas de transação atualmente representam apenas 3,3% da receita de um minerador – mas em 2140, esse número chegará a 100%.

Perder a recompensa do bloco não desestimulará os mineradores.

Mudanças no ecossistema do Bitcoin e seu lugar como moeda-chave no mundo virtual podem levar a mudanças significativas na adoção de mineradoras, mesmo depois que as recompensas do bloco pararem

Simon Kim, CEO do fundo VC #Hashed em entrevista ao Decrypt

Mas nada está completamente definido. O sistema de criptomoedas ainda pode revelar algumas surpresas diante ao seu “protocolo”. Não dá para prever ao certo o que irá acontecer, podemos considerar todos esses fatores, e ainda assim não se pode ter certeza do que vai acontecer quando as moedas chegarem no seu limite. Portanto vale a pena investir na criptomoeda no ano de 2021, devido ao seu alto crescimento e valorização, onde podemos destacar que a criptomoeda está no auge do seu valor. 1 bitcoin equivale a 344,479,67 real brasileiro.

Estimando uma outra possibilidade é que o mecanismo de recompensa para o Bitcoin possa mudar algum tempo antes da mineração do bloco final. Luka Boškin, CMO da plataforma de negociação NewsCrypto, argumentou que, à medida que o número de BTC produzido por mineração diminui, o Bitcoin passará por “mudanças significativas” em seu protocolo.

Isso pode eventualmente incluir uma mudança para um mecanismo de consenso mais ecológico como o Proof os Stake ou outro sucessor do Proof of Work

Luka Boškin, CMO da plataforma de negociação NewsCrypto em entrevista ao Decrypt